terça-feira, 17 de setembro de 2013

Poetry / Poesia - Marianne Moore



MARIANNE MOORE


Poetry

Poesia

Eu, também, detesto isso: existem coisas importantes além
destas ninharias.
Lendo isto, no entanto, com total desprezo, se
descobre nisto
afinal, um lugar para ser genuíno.
Mãos que podem segurar, olhos
que podem dilatar, cabelos que se arrepiam
se precisam, tais coisas são importantes não porque uma

altissonante interpretação pode ser colocada porém
porque elas são
úteis. Quando elas chegam tão derivadas quanto
inteligíveis,
a mesma coisa deve ser dita para nós todos, que não
nos admiramos que
não podemos entender: um morcego
suspenso de cabeça-pra-baixo ou em busca de algo

para comer, elefantes se empurrando, um corcel a galope,
um incansável lobo sob
uma árvore, imóvel enquanto sua pele estremece tal
um cavalo a perceber uma mosca,
o fã de baseball, o estatístico --
nem sequer é válido
erguer protesto contra “negócios burocracias e

livros didáticos”; são todos fenômenos importantes.
Deve-se fazer uma distinção, entretanto:
quando dragada na proeminência de meio-poetas, o
resultado não é a poesia,
não até que os poetas entre nós possam ser
literatos da
imaginação” -- acima da
insolência e da trivialidade possam apresentar

para inspeção, “jardins imaginários com sapos de verdade”,
é o que devemos ter. Enquanto isso, se vocês
pedem numa mão,
a matéria-prima da poesia em
toda a sua primitividade, e
na outra mão conserva o
genuíno, realmente estão interessados
em poesia.


Marianne Moore


Trad. livre by Leonardo de Magalhaens





Poetry

  I, too, dislike it: there are things that are important beyond all
this fiddle.
Reading it, however, with a perfect contempt for it, one
discovers in
it after all, a place for the genuine.
Hands that can grasp, eyes
that can dilate, hair that can rise
if it must, these things are important not because a

high-sounding interpretation can be put upon them but because
they are
useful. When they become so derivative as to become
unintelligible,
the same thing may be said for all of us, that we
do not admire what
we cannot understand: the bat
holding on upside down or in quest of something to

eat, elephants pushing, a wild horse taking a roll, a tireless wolf
under
a tree, the immovable critic twitching his skin like a horse that
feels a
flea, the base-
ball fan, the statistician--
nor is it valid
to discriminate against 'business documents and

school-books'; all these phenomena are important. One must
make a distinction
however: when dragged into prominence by half poets, the
result is not poetry,
nor till the poets among us can be
'literalists of
the imagination'--above
insolence and triviality and can present

for inspection, 'imaginary gardens with real toads in them', shall
we have
it. In the meantime, if you demand on the one hand,
the raw material of poetry in
all its rawness and
that which is on the other hand
genuine, you are interested in poetry.


Marianne Moore Poetry






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